Esses dias estava refletindo sobre o ser humano, em como as pessoas podem ser terrivelmente estúpidas, burras, irracionais e muitas vezes cruéis. E quando falo isso não estou falando diretamente sobre assassinos, estupradores, sociopatas em geral, muito pelo contrário, talvez eles sejam fruto dessa categoria de pessoas que citei acima. Falo sobre pessoas aparentemente normais, ou pelo menos chamadas assim.
Assisto muita televisão e talvez essa seja minha maior fonte de pesquisa. Jornais, debates, entrevistas, opiniões do povo, enfim, pessoas despidas de personagens, apesar de todos sermos um. Fiquei reparando em como as pessoas são suscetíveis à opinião do outro, em como as pessoas encontram dificuldade em ter uma opinião, em como a falta de informação faz das pessoas objetos fáceis de serem manipulados e assim, sendo educadas da forma mais burra do mundo.
Tenho pra mim que a religião, o maior câncer do ser humano, é um dos maiores responsáveis por essa burrice. Um vez li uma frase, que não lembro o autor, mas que nunca esqueci: “A maior estupidez do homem foi um dia misturar fé com religião e amor com casamento”. Nada mais acertado no que diz respeito à religião. A religião, mesmo sem que a gente pedisse, impôs regras, normas, dogmas e pecados . A católica, por exemplo, fez isso há quase dois mil anos por pessoas sem a menor instrução, altamente fundamentalistas e ainda hoje obriga seus fiéis a seguir. E a religião foi só um fator que contribuiu no emburrecimento das pessoas.
As regras que nos são impostas, religiosas ou não, foram colocadas numa redoma de vidro à prova de quaisquer questionamentos; ou vivemos sob sua regência ou somos obrigados a viver à beira da sociedade, marginalizados por desobedecer regras que não escolhemos, que sequer participamos de sua criação, que perderam sua eficácia a partir do momento que nos foi dada a liberdade de pensar, questionar e principalmente quando, depois de muitas revoluções, nos foi permitido viver.
O tal livre arbítrio é a mais antiga utopia que conhecemos. É verdade, temos livre arbítrio pra fazer o que quisermos, mas ninguém colocou entre parênteses que dependendo do que fizer uma multidão irá te julgar e essa mesma multidão poderá expulsar você da convivência de todos, poderá te apedrejar, condenar e te colocar num lugar invisível: o mais absoluto esquecimento.
A questão da burrice parte dessa premissa: muitos julgam sem ao menos questionar, muitos opinam sem ao menos conhecer, sem ao menos te ouvir. As pessoas foram programadas a uma limitação de pensamento e transgredir esse limite pode te fazer um grande pensador, um formador de opinião ou um marginalizado, uma aberração, um ninguém. Nos foi dada a possibilidade de pensar e falar o que quisermos, desde que falemos apenas do que pode ser dito, do que é socialmente aceitável, do que “Deus” permitiu em seus pergaminhos, do que alguém, há muitos e muitos anos atrás decidiu sozinho ser certo.